Jair Bolsonaro tem histórico de ser ineficiente na vida política. Antes mesmo de ser eleito presidente sua produção já era mínima. Após a eleição, sua falta de ação levou o país a enfrentar problemas graves em diversas áreas, como saúde e economia.
Bolsonaro como deputado
Um deputado federal tem como função fiscalizar e legislar sobre a Constituição. Isso inclui criar novas leis, atualizar as existentes e garantir que estas sejam cumpridas.
A quantidade de deputados que são eleitos por um estado depende da população do mesmo. No caso do Rio de Janeiro são eleitos 46 deputados. Em 1991, Bolsonaro foi eleito pela primeira vez. Desde então foram 7 mandatos consecutivos. De 1991 até 2018.
LEGENDA: Bolsonaro em seu mandato como deputado
Jair Bolsonaro foi deputado federal pelo Rio de Janeiro por 27 anos. Neste tempo teve apenas 2 projetos de lei aprovados. Esse é um número extremamente baixo para o tempo de mandato de um deputado.
Um dos projetos aprovados muda a lei para que o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) fosse isentado em produtos de informática. O outro autorizou a fosfoetanolamina sintética no Brasil, conhecida como pílula do câncer.
A base eleitoral de Bolsonaro eram os militares. Em outras palavras, estes votaram para que ele fosse eleito. Mas em 27 anos nem um único projeto de lei para este grupo foi aprovado pela autoria de Bolsonaro.
Apesar da ineficiência, o número de reeleições mostra uma base engajada. Isso pode ter ligação com a defesa de Bolsonaro a temas conservadores e de segurança pública no Congresso.
Bolsonaro como candidato
Em sua campanha eleitoral, Bolsonaro lançou seu plano de governo. Este era chamado Projeto Fênix e contava com uma série de diretrizes e metas para diversas áreas da administração pública. Mais adiante vamos investigar o cumprimento destas.
Ainda na condição de candidato, Bolsonaro foi vítima de um atentado. Esse se deu na forma de uma facada no dia 6 de setembro. Os médicos Antônio Luiz Macedo e Leandro Echenique, responsáveis pelo tratamento, disseram que a decisão de comparecer aos debates seria do candidato, mas que ele estava liberado.
LEGENDA: Bolsonaro em Juiz de Fora, momentos antes do atentado
Bolsonaro optou por não comparecer aos debates do segundo turno. Não dando a chance da população brasileira conhecer seus planos. Ou de ter uma conversa franca com seu opositor.
Bolsonaro no início de seu mandato
O primeiro compromisso oficial de nível internacional de Bolsonaro foi o Fórum Econômico Mundial. O presidente tinha 45 minutos para discursar. No entanto, só usou 8 minutos. O presidente do Fórum realizou mais 7 minutos de perguntas a Bolsonaro. O que não é comum.
LEGENDA: A rapidez do discurso deixou os ouvintes assustados
E como agravante, muitas das informações passadas neste discurso eram distorcidas ou falsas. Como exemplo, Bolsonaro afirmou que o Brasil é o país que mais respeita o meio ambiente. Na época a informação já era falsa. Tendo em vista a posição em 69º lugar do Brasil em países com responsabilidade ambiental segundo as universidades de Yale e Columbia.
Durante seu mandato, Bolsonaro também pouco fez para apagar incêndios no Pantanal e na Amazônia. As recentes ameaças do ministro do meio ambiente Ricardo Salles na Cúpula do Clima também agravam a situação.
Vale lembrar que em reunião Ricardo Salles disse que era preciso “passar a boiada” a Bolsonaro. Isso em referência ao crescimento do uso de reservas florestais para o agronegócio.
Cumprimento das metas
Separamos algumas metas que não foram cumpridas pelo Governo. O número é ainda maior. Mas trouxemos algumas selecionadas e mais evidentes
Em seu plano, Bolsonaro fala sobre um projeto sobre Renda Mínima. Assim como melhorar a carga tributária, diminuindo os impostos dos que “pagam muito”. A renda mínima não foi posta em prática. Bolsonaro cortou 10% dos impostos, mas sobre videogames.
Sobre a corrupção. Bolsonaro prometeu que “investigações não serão mais atrapalhadas ou barradas”. Entretanto, investigações sobre Flávio Bolsonaro, no caso de rachadinhas em seu gabinete, foram barradas na Justiça.
Também estava entre as metas a diminuição da maioridade penal. O objetivo de Bolsonaro era diminuir essa idade para 16 anos. Até o momento não houve nenhuma proposta sobre o assunto.
No tocante à educação. A meta era ter colégios militares em todas as capitais até o ano de 2020. Nenhum colégio militar foi inaugurado até agora.
Bolsonaro e a pandemia
Em um momento crítico da história. Em meio a pandemia mundial do novo coronavírus. Jair Bolsonaro escolheu mais uma vez não agir. As consequências do atraso de políticas públicas de contenção ao vírus são sentidas até hoje.
O ato de chamar a doença de gripezinha, ou de promover aglomerações foi na direção contrária ao recomendado.
A falta de uma diretriz nacional de lockdown também trouxe inúmeras consequências. Ao escolher não agir em um nível nacional, Bolsonaro permitiu a propagação do vírus. E o agravamento da situação da pandemia em um nível nacional.
E a situação se torna ainda pior devido aos impedimentos que Bolsonaro impôs aos governadores que decretaram o isolamento a nível estadual.
Em momentos cruciais, Bolsonaro também recusou 11 ofertas diferentes de compra de vacinas. O começo da campanha de vacinação mais cedo poderia já ter tirado o Brasil do caos sanitário que se encontra. Assim como permitido o retorno da economia.
LEGENDA: Nas redes sociais Bolsonaro fez campanha contra a vacina.
E como relato máximo de sua inação, Bolsonaro perguntou qual seria sua ligação com as mortes causadas pela pandemia. No dia 28 de abril de 2020, Bolsonaro disse: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?” quando questionado sobre o número de mortes. Negando sua ligação, mesmo sendo a autoridade máxima responsável no país, e aquele que em diversos momentos escolheu não agir.
Conclusão
A falta de atitude de Bolsonaro foi um agravante na pandemia. Mas antes mesmo da chegada do vírus a ineficiência do político já era evidente. Essa podia ser atestada pelos seus 27 anos como deputado.
O momento atual pede atitudes tanto para resolução da crise sanitária quanto econômica. São mais de 3000 mortes diárias devido a essa doença. E o governo ainda não apresenta sinais de mudar a postura ou começar a agir.
Em cerca de 30 anos de vida pública, Bolsonaro se apresentou como alguém incapaz de resolver os problemas do Estado. E agora, em uma situação crítica, ele continua a se apresentar assim.
Veja também no nosso artigo sobre o MORO.
AUTOR IVAN CRUZ
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